quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Sobre flores roxas e madrugadas

Fiquei assistindo TV até tarde, deitei-me 00:50h, programei o despertador para 2:00h pra dormir um pouco antes de fazer uma atividade que deveria entregar no dia seguinte, de manhã. Levantei-me no horário previsto e fiquei enrolando na internet até 15 min pras 3h, quando decidi escrever algo. Daí pra frente não sei mais meu destino.





Fiquei assistindo TV até tarde, acompanhada do meu amor, que foi vencida pelo cansaço, porém não dormiu só, mas acompanhada de meu amor e minha presença imaterial.Deitei-me 00:50h, pensando naquela que ilumina meus dias, programei o despertador para 2:00h pra dormir um pouco antes de fazer uma atividade que deveria entregar no dia seguinte, de manhã, pensando na expressão de estranhamento que meu amor faz a cada vez que lhe conto sobre meus cochilos. Sorri. Levantei-me no horário previsto, inspirada pela lembrança de seu rosto e sua persistência quando tem algo a fazer e acorda as vezes, 3 da manhã, ainda que esse algo seja simplesmente pintar as unhas, o que é muito importante! Fiquei enrolando na internet até 15 min pras 3h, vendo coisas legais e coisas idiotas e selecionando minuciosamente tudo que iria compartilhar com aquela com quem quero compartilhar cada segundo da minha vida, quando decidi escrever algo contando-lhe sobre minha experiência de perceber que ela está inclusa inevitavelmente em cada momento que vivo. Daí pra frente não sei mais meu destino, só tenho a certeza de que não estarei sozinha.

sábado, 30 de novembro de 2013

Ela

Não é conversa de quem está apaixonada
Não é carona de beira de estrada
É o mundo que me apresenta
No meio de tanta hostilidade e tormenta
Uma luz pra ofuscar a escuridão

Não, não é não
Não é distorção fisiológica
Nem  vício em quebrar a lógica
É pureza que se sente pelo cheiro
É amor, que se impõe primeiro

Sim, pode ser distorção
Que o que se descreve são palavras
Palavras são tão incompletas, coitadas
Que falam tudo sobre
E não expressão metade de nada

Não há metafísica que explique
Insista em magia ou não
Não há periódico que publique
O tamanho nessa pequena
De sua vasta imensidão

E é intensa e é doce e sorri e é amável e é cheirosa e é forte e é brava e é nobre e é bela e sabe e é persistente e é viva e encanta e é surpreendente e sente e vicia e enlouquece e atormenta e é macia e é quente e é incrível e é confiável e é acolhedora e é errada (por estar sempre certa) e é verdadeira e dança e é brilhante e é única e flutua e se prende ao chão e é gostosa e é necessária e falta e é teimosa e  chora e é discreta e é escandalosa e enlaça e apaixona e se entrega e se doa e mete medo e é sempre e é muito e se faz respeitar e se faz amar e amar e amar e amar sem ter fim e é tanto e é tanta e é pedaço inteiro de mim.

E não há nada que a possa descrever.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pro blog ficar ainda mais feio (ou pra não quebrar o silêncio)

Às vezes eu realmente acho que tudo vai se desmoronar por minha culpa. Pelo excesso de sobriedade que carrego. É difícil, sabe?! É realmente difícil pra mim construir castelos de algodão quando o material que tenho nas mãos é concreto. Não é que eu não saiba ou não consiga galopar por aí em costas de unicórnios ou conversar com pessoas mortas que mudam vidas de pessoas vivas. É que permeia aí uma dose de realidade. E eu não sei exatamente o que é isso, nem gosto de usar essa palavra, ela realmente não representa o que eu quero explicar, mas como um lugar comum ela serve bem. Enfim, essa dose dessa coisa pressiona, essa dose desce rasgando mais que tequila, ardendo mais que chamas e ainda que faça parte dela própria ser transformada, é um processo que se faz sendo agredido, sendo tocada por ela, vivendo ela. É inevitável. A não ser que se tenha acúmulos daquilo que ela tem de pior.
Por vezes me engasgo mesmo com ela, me afogo. E sou péssima nadadora. Demoro bastante para voltar à beira da praia. Mas volto. Meu temor é exatamente em relação ao tempo. Não sei quanto tempo um bom nadador (que precisa SE salvar antes de ajudar a outra) aguenta esperar pela ineficiência da outra. Não sei por quanto tempo uma boa sonhadora espera pela elaboração fluida de um sonho construído no concreto. Não sei por quanto tempo se aguenta alguém tão aprisionado no vício pela coisa cinza, dura e áspera. Não sei por quanto tempo ignorar-se-á que o que aquela outra pessoa tem a oferecer é bem mais atrativo que esta. Não sei de nada. Só sei que tenho pressa, tenho que continuar,tenho que parar com esse bla bla bla, tenho que quebrar o silêncio, tenho que ir pra aula, porque já estou atrasada. 
Tenho rachaduras.

sábado, 9 de novembro de 2013

Vômito







Bichos me comem.
Mas nada é real, porque estou bêbada.
Ouço choro e gemido.
Mas nada é real, porque estou bêbada.
Inspiração finalmente chega!
Mas nada é real porque estou bêbada.
Rigor formal?
Nada é real, porque estou bêbada.
Consciência?
Não é real, pois eu estou Bêbada
Escrever (quase, talvez) corretamente?
Nada real pois estou bêbada.
Desejo?
Não é real, pois estou bêbada.
Amor?
Totalmente irreal.
Não dá pra confiar no que diz e faz quem está sob efeito de drogas.
Não dá pra pensar que talvez seja aquela a única maneira que (por enquanto, espero), ele consiga.
Não dá pra dizer que o vômito que ele aguentou e tentou engolir não seja prova.
Não dá pra se ser poético sem estar sóbrio.
Não dá pra se amar, com álcool.


Então vou acabar com minha dose de catuaba com coca. Fingir estar sóbria.
Fingir estar com raiva.
Fingir não desejar mais que respirar, estar com você.
Mijar.
Dormir.
Sonhar.

Quem sabe o... não venha. ( Não levando o amor.)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Invasão

Invadi com vazio teu vazo fértil.
Dei vazão à vasta solidão.
Transbordei de nada e nada vazou.
E no vazio do meu nada teu tudo se abrigou.
Mas temo que não suportes o excesso de nada que escorre e queima e petrifica como lava.

Lave a alma.
Leve a calma.
Vaze.

domingo, 20 de outubro de 2013

Eco eco eco eco eco...

O que dizem os não ditos?
Porque é tão ensurdecedor o silêncio?

Será que [é mesmo] dele [que] vem a falta?
É a ausência de palavras a senhora do vazio?
Porque o som dói tão profundo? Até mesmo o mais mudo?

O que dizem os não ditos?
Porque é tão ensurdecedor o silêncio?

O que dizem os não ditos?
O que dizem os não ditos?
O que dizem os não ditos?
O que dizem os não ditos?

domingo, 13 de outubro de 2013

O dueto desafinado, afinou.

Conhecido
Colega
Amigo
Irmão
Amigo
Colega
Conhecido
...


Não dá pra ignorar o passado. Não dá pra desconsiderar o tempo. Não dá pra apagar a história. Mas não dá também pra ser hipócrita e deixar de perceber o quanto os sorrisos são fabricados, agora. O quanto o desinteresse predomina. A indiferença domina. E nada pior que a indiferença. Que o não sentir. Estamos perdidos. Estamos perdidos no vazio do não sentir. Talvez eu tenha escolhido a indiferença ao ódio e essa tenha sido a pior escolha.
 Talvez as coisas mudem. Talvez o passado que nos acorrentou ou uniu seja nossa salvação. Não sei. 
Sei que por hora chega. É muito dolorido, mas me despeço. Não consigo mais fingir, não consigo mais suportar o que nos tornamos. Demore pra voltar. Demore muito. 

domingo, 6 de outubro de 2013

fil

As VEZES eu DemOrO pra PostAR AlguMA COisaaaaaaaaaaaa porquê ESTou ali fora.

Ali fora tem muro, tem grade, tem cerca, tem nada.
ALI FORA TEM SONS, TEM PESSOAS, TEM FOTO, TEM BICHO, TEM CHEIRO.
Ali FORA tem EU Tem Você e tem o meu amor.


Ali fora tem o meu amor.

E ali fora tem o meu amor.

MEU AMOR.



Eu amo meu amor.


E fico ali fora.


Me arranhando, babando, bebendo, cheirando, sentindo, soprando, comendo, peidando, subindo, escovando, pensando, rodando, amando e enrolando.
 Enrolando pra postar no blog.

Postando nos ônibus, cadernos e orelhas... do meu amor.


sábado, 21 de setembro de 2013

Tatuagem

Vem desenhar nas curvas do meu corpo, vem?
Vem traçar, com seu corpo, imagens coloridas, ou em preto e branco.
Vamos criar juntas uma cena, um mapa, um caminho, uma direção.
Vamos eternizar uma fotografia compartilhada com quem for íntimo, ou não.
Vem fazer rabisco, rascunho, arte, vem me riscar, me marcar me mudar.
Vem me marcar.
Vem me marcar.
Eternizar.
A superfície que toca a alma.
Vem me marcar.
Se inscreva em mim.
Inscreva e só.
Inscreva e tanto.
Deixa sua alma em mim, em formas cores e traços.
Trace.
Vem me marcar.
Vem me marcar.

sábado, 14 de setembro de 2013

Conto de fadas


Tão insuportavelmente você
O que me encanta e me faz sofrer
O que me atrai e me faz ceder
O que me afasta e provoca o enrijecer
O que me mata e o que dá prazer

Ah, as contradições do você
se cruzando com as contradições do meu ser
porque?


Intenso 
Tenso
Doloroso
Prazeroso
Excesso e gozo


Não posso te impedir
Não não quero te ferir
Mas menos ainda
Suporto teu partir


Apenas uma rima barata e inexpressiva
Com esses grupos alfabéticos concretos demais
Concretos demais.
Concretos demais.

Demais.





É que quero teu viver.
Quero seu viver.
Quero te viver.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Inútil


Que insano, que insano é você
Que escolhe ter uma vida que não suporta viver
Que insana, que insana é você
Que escolhe manter relações que nunca será capaz de promover
Que insano, que insano é você
Que escolhe dizer coisas que sente, mas nunca conseguirá fazer
Que insana, que insana é você
Que se propõe a se doar, mas se aquieta em se satisfazer
Que insano, que insano é você
Que se presta a experimentar, sabendo que não será capaz de esquecer
Que insana, que insana é você
Que escolhe falar a verdade, mas não conhece a si mesma sequer
Que insano, que insano é você
Que acha que será capaz, quando já obteve várias provas de que irá ceder
Que insana, que insana, que insana, que insana... insana... insana... que insana você
Que se esconde em fantasias infantis pra suportar a odiosa compulsão da fuga do caos.
Que apoia ideais mas não sabe sequer contra-argumentar, quanto menos agir em prol.
Que se propõe a participar e desiste por.
Que se propõe a ser, quando, pro mundo, já basta estar.
Que se lamenta, com o cu na mão. Idiota.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Muita coisa pra logo mais

E nesses dias gastos
pega a solidão e dança
que a vida é mesmo feita pra acabar 
num cuspe fútil.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Breve história de um projeto sem noção (PEC 234 -"Cura Gay")

João Campos (e não Feliciano ou Malafaia) realmente não propõe uma "cura gay" especificamente. Mas ele pretende 1) PERMITIR QUE PSICÓLOGOS E PSICÓLOGAS PROPONHAM CURA OU TRATAMENTO (DA HOMOSSEXUALIDADE) A HOMOSSEXUAIS 2) PERMITIR QUE FAÇAM DISCURSOS QUE REFORCEM O PRECONCEITO À HOMOSSEXUAIS. Pra que fique mais claro, vou colocar aqui os trechos que João Campos pretende, com seu projeto INVALIDAR (SUSTAR) da regulamentação do psicólogx.

Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os
preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.

VEJAM, é isso que ele quer RETIRAR(http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=881210&filename=PDC+234%2F2011) da resolução (http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf).

A mídia fantasia mesmo muitas coisas, por isso é importante ler e se informar.

O psicólogo sempre pode e sempre poderá atender a homossexuais, assim como heterossexuais, negros, brancos, índios, "deficientes" físicos...

Quanto à mudança de ORIENTAÇÃO sexual, ela não é possível de ser realizada. Não consigo justificar todos os por quês agora, mas digo isso na posição de estudante de Psicologia. Caso prefiram partir pra questões biológicas, da mesma forma que não há gene ou patologias que deixem alguém heterossexual, não há genes ou patologias que deixem alguém homossexual.

Quanto à questão religiosa, é claro que pode haver uma influência, isso é visível ao observamos xs principais apoiadorxs do projeto. E claro, nos baseando nos princípios pregados pela Igreja a qual seu criador pertence. (Por exemplo, pelo pouco que eu conheço do Espiritismo Kardecista, provavelmente algum espírita não criaria uma proposta dessas, mas também pelo pouco que eu conheço da religião Católica e alguns segmentos Evangélicos, seria lógico servir de base ideológica, ainda que implicitamente, para a criação de uma proposta como essa). Mas essa é uma questão em que não prefiro interferir, já que isso não é explícito na proposta como é, por outro lado, na PEC 99, que fere explicitamente a laicidade do Estado.

domingo, 23 de junho de 2013

Sobre desejos, traição e poliamor

Em "resposta" ao seguinte texto: http://paradalesbica.com.br/2013/06/desejos-3/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

É interessante relacionar-se com quem não te reprime de realizar seus desejos. "Experimentar do mundo e ter um lar pra onde voltar". Se a experiência for acordada e houver igualdade, não há traição. Ninguém é dono de ninguém. A traição pode vir com a idéia de "propriedade" ou com a "quebra de contrato". A primeira maneira me deixa indignada quanto os motivos. Já a segunda, quem pratica me deixa extremamente indignada. Tipo assim, trair porque x outrx te trata como propriedade (ainda que inconscientemente) é paia, mas quando há um acordo entre ambxs e ainda assim há traição é MUITO PAIA. É difícil encontrar alguém que não seja ciumento e tenha “mente aberta” o suficiente pra se permitir e permitir ao outro ou à outra, ter novas experiências, mas não é impossível, e mesmo alguém que se julgue “ciumentx e/ou possessivx” pode mudar sua opinião através do contato com a situação.
Por exemplo: conheço um casal de lésbicas em que uma é monogâmica ciumenta(X) e a outra(Y) curte a idéia de poligamia, relacionamentos abertos e tal. Em uma festa, houve uma “barraca do beijo” e Y queria muito participar. Após um diálogo, entraram em acordo de que se uma pudesse, a outra também poderia “comprar e vender”seu beijo na barraquinha. E o fizeram. No fim da festa, ambas haviam beijado outras pessoas, mas continuaram seu namoro sem que a relação fosse prejudicada. Já vi situações semelhantes relacionadas a relações mais intensas do que o beijo também. Opiniões foram mudadas graças à novas experiências. E novas experiências do próprio casal, com ou sem outras pessoas podem uni-lo ainda mais.
Já vi também relacionamentos abertos acabarem por uma pessoa se apaixonar por outra com quem se envolveu “fora do namoro” e as namoradas acabaram terminando. Mas por incrível que Isso possa parecer, foi ótimo! Ambas (namoradas “originais”) pararam pra refletir que o relacionamento já não estava dando certo, e hoje mantém uma relação saudável.
Não é utopia. Ceder aos desejos de uma forma saudável e com acordo é libertador. Desejar x o outrx não quer dizer não desejar ou desejar menos seu par. Ninguém está livre de “ser tentadx”, mas ao mesmo tempo não se joga fora toda uma construção por uma aventura.  É preciso estabelecer confiança entre os participantes do “relacionamento original” antes de “abrir as asas”. Diálogos são fundamentais nesse aspecto.

Em outra perspectiva...


Essas experiências me fazer pensar também em relacionamentos  de poliamor (trios, quatro pessoas etc.) e em como eles parecem ser legais. Confesso que não conheço vivências próximas desse tipo, mas sei que existem e acredito muito em sua "eficácia". Há quem diga que é impossível desejar/amar/apaixona-se por mais de uma pessoa. Pra mim é simples pensar: vemos em filmes, documentários etc, culturas cujas "leis de relacionamento"são extremamente diferentes da nossa, em que um homem pode ter mais de uma esposa, uma mulher pode ter mais de um esposo (nunca vi essa "permissão" a homossexuais, mas estendo a elxs por conta própria), tribos em que todos podem se relacionar com todos  ( e não acho justo chamar isso de suruba, isso é orgia ou suruba pra nós que somos quase obrigados a viver relações monogâmicas e heteronormativas e sair desse padrão de uma forma um pouquinho mais aceitável socialmente consiste na realização de "surubas".)... Mas nem precisamos ir longe. Desejamos sim outras pessoas. Lembra daquele trio de amigos da escola em que os três eram extremamente parecidos e se pudessem, passariam o resto da vida juntos? Pois bem, de repente, você começa a namorar com um deles. O que te impediu de relacionar-se com o outro? A falta de qualidades necessárias (lembre-se, vocês eram MUITO parecidos) ou a necessidade de escolha imposta socialmente e construída desde que você era pequenininha?  Mais uma: Quantas vezes para se relacionar com uma pessoa você TEVE que esquecer a outra, usou de várias estratégias pra isso. No momento da "escolha", tem certeza de que se ficasse com as duas não seria mais prazeroso? Certeza que nunca desejou não ter que passar por todo aquele sacrifício do esquecimento para se entregar ao novo amor? Escolhemos. Não quer dizer que não desejamos. Quanto ao amor, não existem vários amores. Existem diferentes comportamentos de se expressar esse sentimento. Você ama sua mãe, seu pai, seu cachorro, sua namorada, seu celular novo (triste isso, mas outro dia discutimos sobre...), sua árvore, com o mesmo amor, tem medo de perdê-los da mesma forma e gosta do contato com eles do mesmo jeito. Mas obviamente se expressa de maneiras diferentes e em situações e intensidades diferentes. Sendo assim, o que te impede de amar duas ou mais pessoas ao mesmo tempo? Não é uma questão de sentir, é uma questão de escolha. Todos somos desejáveis, todos temos características "específicas" que queremos encontrar no outro e queremos que sejam encontradas em nós, assim como as que queremos descartar. Podemos sim encontrar duas ou mais pessoas cujas características nos atraia profundamente, e aí, como agir nessa hora?


Da carência

Há de haver quem perceba os meus olhares
Há de haver quem atue, dance e cante comigo
Há de haver quem me dê vertiginosos orgasmos
Há de haver quem me acompanhe em eventos vis
Há de haver quem me ouça mesmo quando me calo
Há de haver quem brinque comigo em minhas meninices
Há de haver quem saiba traduzir meu não travestido de sim
Há de haver quem comigo brigue quando eu passar dos limites
Há de haver quem saiba prestar a atenção nas músicas que posto
Há de haver quem saiba que meus tremores nem sempre são de frio
Há de haver quem aguente meu mau humor intenso em períodos vermelhos

Hão de ser muitos. Há de ser um.

Há de haver também a morte, destino de quem espera, de quem acredita, de quem é incrédulo, de quem se cansou, de quem persiste, de quem se comporta mais privada que publicamente, de quem deseja, de quem é desejado e principal mas não prioritariamente de quem declama poemas insanos clamando por atenção.

Há de haver (mais) dor.

E quem sabe um dia, há de haver intenso amor.

sábado, 8 de junho de 2013

Pra onde foi a magia?

ando me sentindo tão sem Pedro ultimamente

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Tô tão frenética hoje.
Histérica.
Rindo da minha inércia pecaminosa.
Rindo da minha inércia que tortura com requintes de crueldade minha consciência.
Rindo do meu sono amanhã.
Rindo.
E observando o desespero daqueles que se frustram
Daqueles que estão decepcionados
Daqueles que não seguem seus sonhos por barreiras familiares
Daqueles que não tem tempo, nem pra perder, nem pra aproveitar.
Rindo.
Rindo esse riso triste que rasga minhas vísceras de tão vazio.
Rindo.
Gastando meus músculos, ossos e articulações com nadas.
Gastando minhas vísceras com doses miseráveis de prazeres insignificantes.
Inércia.
De vez em quando saio da rotina e me alivio com o que me disseram ser bom.
De vez em quando saio da rotina e me alivio com o que eu acho que penso ser bom.
De vez em quando saio da rotina e me alivio com o que eu sinto ser bom.
E gozo.

E rio.

e foda-se

domingo, 7 de abril de 2013

Muito hétero por aqui!

Ontem conversando com um conhecido ouvi a -não incomum- seguinte frase: "aqui não está bom como antes, tá tendo hétero demais." Referindo-se a uma boate "alternativa".
Ainda fico um pouco insegura de emitir minha opinião sobre o assunto por não conhecer o "outro lado", dos apoiadores não heterossexuais de ambientes separados, mas ao meu ver, acredito que a boate em que eu estava,( e sim, faço questão de citar o nome porque tenho mil elogios a fazer sobre ela no quesito "não ao preconceito" e muitos outros - El Club - ) é um exemplo precioso de como as pessoas podem conviver harmoniosamente com a diversidade. Aqui em Goiânia é muito difícil encontrar um lugar que tenha tanta gente com roupas, cabelos, jeitos, enfim... expressões tão variadas com na El. E é verdade, aparentemente o número de pessoas hétero está aumentando por lá, mas isso não significa que o número de não héteros deve diminuir ou está diminuindo. Até onde sei, nunca houve conflito motivado por desrespeito à orientação sexual por lá e o fato de haverem héteros não prejudica a procura por relacionamentos não héteros. Não é pela igualdade e o respeito à diversidade que lutamos? Então?!
É claro que há uma preocupação com o domínio de espaços pela população heterossexual, que de fato acontece e em quase 100% dos casos é prejudicial. Mas não acho que esteja acontecendo isso lá e também não acho que essa tenha sido a motivação do rapaz ao comentar. Talvez. Só sei que espero ver o dia em que pelo menos a maior parte da sociedade seja como o que acontece lá dentro, convivência pacífica com a  diversidade, respeito, harmonia e muita alegria!

sábado, 6 de abril de 2013

Fumaça


É contraditório, eu sei. 

Sempre tive uma atração pelo cigarro. Uma coisa que não duvidaria se me dissessem que se originou em outra vida. Eu sempre dizia que não queira experimentar porque sentia que poderia facilmente tornar-se um vício. Mas fumava lápis na escola, fumo palito de pirulito, fumaça de fósforo, lapiseira... Muitas vezes, nem sequer percebo e já estou com algo entre os dedos, e na boca... Uma dança repetitiva. O hábito de fumar, ainda que sem cigarro, é antigo.

O ato de fumar traz-me certo encantamento. É bonito. Solitário. A magia podre de se acalmar tão facilmente me inclina a desejá-lo. O gosto é bom, pelo menos dos poucos que já me temperaram a boca. É divertido brincar com a fumaça. A sensação interna, é legal. Eu gosto.

Mas não.

É tão danoso. É contra meus princípios heroicos infantis, já tão desgastados, de resistir a qualquer intempérie sem utilizar-me de recursos "adultos", prejudiciais, modistas... Onde está, afinal, minha invencibilidade senão em mim mesma? Haha
Mas não só por isso, obviamente. Meus pulmões não precisam disso. E por mais sensacionalista que sejam a mídia, meus pais, médicos e todo o movimento antitabagista, em uma coisa eles estão certos: a morte pode vir mais rápido. As chances de um câncer, um enfisema pulmonar, de meus dentes se amarelarem, de minha voz ficar rouca, a tosse incessante e o catarro ensanguentado, aumentam bastante.

Sempre sonhei em ter voz rouca.
Odeio tossir.
Morro de medo de câncer.
Um sorriso bonito é composto por contingência, circunstância, interação, olhos e aí, dentes. Que não importa de que cores sejam, ou sequer se existem.

Narguilé, cigarro comum, maconha...

Creio que eu prefira suicidar-me no sistema exploratório inevitável, talvez sendo funcionária pública, ou em rede privada que não está muito diferente... Talvez apenas deixando de lado meus sonhos e oportunidades talvez abandonando minhas crenças... Ou um veneno composto de cada um desses elementos

reticências


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Casamento da viúva ( e desde quando o sol se apaga?)


E em seu diálogo indignado com a solidão...
...reclama da falta de sensação térmica.
Quente demais, as vezes, mas geralmente, frio demais, seco demais...
Frio demais.
Seco demais.
Mas ela sabe que a solução está em você.
Você também sabe.

De repente pinga uma gota
outra gota
mais uma gota

e finalmente você resolve sair na chuva.

mais gotas
muitas gotas
você se molha toda
                                                                                            e o sol aparece segurando um guarda - chuvas.

mas você agora sente seu corpo molhado
e toda aquela sensação de frio lhe parece coerente.
E tem aquelas gotas, ou talvez aquela...
são gotas especiais.

Mas há um sol te esperando, pra te aquecer. E ele traz um guarda - chuvas.



E você quer o sol. 
Você sabe que é exatamente daquilo que precisa e aquilo que quer. 
Mas a chuva está tão boa. 
E você tem medo de apagar o sol.

E tem aquelas gotas. 
E você vai  ficar com muito frio quando a chuva passar
e as gotas se forem. 
E talvez o Sol já tenha ido.
Alguma nuvem o pode obscurecer as vistas.
E aí, só um arco íris, belo e inalcançável  te trará lembranças...
... de uma chuva...
... e do Sol.
Que se foi.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Blá blá blá "poético"


Hoje é dia da poesia
Mas poesia eu não sei fazer
Vou rimar umas palavras aqui e outras ali
Só pra não ficar sem escrever

Hoje é o dia do remédio
Pra quem está doente
Do eterno tédio 
Que se impõe sobre nossas mentes

Hoje é dia de sexo, de corpo, de luxúria
É dia da beleza, e também é da feiura
Hoje é dia de afagos, de meiguice e ternura
É dia também de glória, de luta e de fúria

Hoje é dia da poesia, de quem a conhece e quem é por ela conhecido
É dia de guardanapo, de bancos de ônibus e de poeira de vidro
Hoje é dia da liberdade, do limbo e da escravidão
Hoje é o dia das palavras que saem do coração.


Viva a poesia e que a poesia viva!


terça-feira, 5 de março de 2013

Tchau bebê

Chego em casa, tento abrir a porta, trancada. A lâmpada do hall não funciona direito e as chaves estão guardadas em um bolso quase não acessado da mochila. A dificuldade em adentrar aumenta a ansiedade já forte de saber que não será como nos outros dias. Uma das luzes foi deixada acesa, o que dá pra perceber pelo vão da porta. E até isso serve como desculpa pra ganhar tempo. A sensação ambígua de querer entrar e ser surpreendida com algo que já se sabe ser impossível de acontecer e ao mesmo tempo não querer entrar e dar de cara com o vazio. Taquicardia leve. Entrei.
Não há festa
Não há rebolado
Não há sorriso
Não tenho mais que agachar 
Não tem mais rabinho balançando
Não tem mais abraço com choro de saudade.
Não tem mais Mel.
Mas a sensação ambígua permanece. Enquanto digito ainda espero escutar o som de suas patinhas se aproximando e tentando alcançar a cama. Ainda espero que pule em cima do meu rosto quando eu estiver falando ao telefone. Ainda desejo acordar pela manhã com o som da porta sendo arranhada. Ainda quero me preocupar com a "saúde do dedo" de quem te elogia e se aproxima pra te fazer carinho. Ainda espero que seus gemidos e choro desesperado passem e que o calor do meu colo aqueça seu corpinho, curando a dor e fazendo com que seu último suspiro seja apenas um de seus espirros úmidos ao refrescar-se no vento forte vindo dos passeios de carro
.
Mamãe pequena te ama. Obrigada por ter me feito tão feliz.

domingo, 3 de março de 2013

Porque é difícil "permanecer" com a ex?

Pra uma menina linda, que disse confiar em mim e passou a noite toda me seduzindo... tsc tsc... haha

Primeiro, as vezes é difícil explicar pro seu corpo e alma que aquela pessoa já não é mais parte de você como foi por um tempo (ou que pareceu ser). As lembranças permanecem, os sons podem ser ouvidos,o gosto ainda tempera a boca, os pelos ainda se eriçam num arrepio,o cheiro ainda perfuma sua mente. E ainda que toda essa esquizofrenia perca sua intensidade,  há situações de suspiro inevitável que foram especialmente feitas para não deixar que todo esse conjunto de sensações se engavetem no fundo empoeirado de sua memória.

Por outro não tão doce lado, há o amargor da perda e da falta de confiança. Tanto em si mesmo, na maioria das vezes, quanto no outro. Esse é mais sutil, fazemos questão de ignorá-lo na maioria das vezes mas tenho pra mim que é o que mais conturba um adeus ou o até logo. A ideia de que as intimidades compartilhadas podem estar sendo repassadas a um outro alguém é dolorosa, imagine só pensar que elas podem estar sendo (re)vividas. Nem sempre é fácil se contentar com a felicidade (ou não) de sua ex com a atual. Admita. Pensar que com a "nova" pode estar sendo bem melhor e muitas vezes até saber disso não é fácil. 

Mas com certeza conservar uma amizade é uma virtude. E por mais difícil que seja a tarefa, quase sempre vale a pena. É que a indiferença ou as mágoas só servem para ferir. Caso dependa de você, diga adeus e não mais veja, em paz, ou mantenha com alegria por perto, mas evite tornar o outro simplesmente alguém que você costumava conhecer...


Confissões de um alguém que ainda não conseguiu sair do tradicional ideal de amor...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Siririca, boiada e violão

O que te toca?
Um beijo
Um pedaço bom de queijo
Um gracejo
Um desejo
Quando digo que te vejo
O que te toca?
Formato
Ato
Tato
Olfato
O som que faz o pato
O que te toca?
Exatidão
Mão
Razão
O som do violão
A cinética do trovão
O que te toca?
Demonstrações de afeto
Teto
Fotos de um feto
Inseto
O que se mostra reto
O que te toca?
Merla
Fezes na janela
Favela
Sons de manivela
Cadela
O que te toca?
Prazer
Não ter o que comer
Saber
Correr
Saber como fazer
O que te toca?
Pessoa
Um pedaço de broa
Canoa
Uma sombra boa
Patroa
O que te toca?
Arrepio
O fluxo do rio
Frio
Desafio
Sensação de vazio
O que te toca?
Sexo
Poemas com nexo
Complexo
Pensamento desconexo
Plexo
O que te toca?
O que tu tocas?
Porque tocar?


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Moço, o senhor é machista?

-Claro que não gatinha, hoje em dia tem disso mais não, se tem eu não sou!
-Tá certo. E o senhor...
-Pode chamar de você, gata!
- Ah sim, desculpe. Então, você acredita em espírito?
-Espírito? Nada, tudo bobagem esses trem.
- Hmm... E o senhor usa camisinha durante as relações sexuais? Acha importante?
- Olha, por mim eu não usaria, mas as mulheres cobram né?! Como que faz? haha Brincadeira, acho importante sim, tem muita doença que a gente pode pegar por aí, não dá pra brincar né...
- Entendo... Então você acha que essa coisa do papa querer proibir o uso de camisinha é certo?
- Ah, nem mexo com esses trem de igreja não. Ele deve ter os motivos dele lá, eu respeito,mas eu prefiro continuar usando. Deixar a "criança" saudável né?! haha
- Então você não é muito religioso, certo?
- Olha, eu acredito em Deus, Jesus e Nossa Senhora Aparecida, rezo de vez em quando, mas não mexo com esses trem de igreja não viu?! Nisso eu sou meio preguiçoso.
- Ok... Entendi. E quanto a ser gay?
- Sou não moça. Uai.
- Sim, mas e se você tivesse um filho gay?
- Aah, isso aí já é complicado. Filho é filho né, mas meu filho não vai fazer essas coisas não.
- Que coisas?
- Ah, esses trem de gay uai. Ficar desmunhecando, dando pra homem...
- Entendo. Mas o que é diferente entre as "coisas de gay" e as "coisas de homem".
- Haha, a diferença é grande viu moça. Tá que tem gay que você nem sabe que é gay, não tem diferença. E esses não tem problema. Mas a maioria é esquisito demais. Fica desmunhecando, falando com voz fina, usando roupa de mulher, coisas que não são de homem, sabe?
- Hmm, então o que diferencia é que um parece mulher e o outro parece homem.
- É, só parece né haha É essa a diferença mesmo. ~cochichando~ (cá entre nós, não tô dizendo que toda mulher gosta, mas dar o cu é coisa de mulher né moça, com todo respeito. Até porque não tem jeito de fazer o contrário né?! haha)
- Então me fala uma coisa, pelo que o senhor me disse, o "problema" do homem gay...
- Se é gay, não é homem né moça haha Mas fala.
- Então, o problema do homem gay é que ele se parece com uma mulher. Ele é inferior ou está errado por se parecer com uma mulher, é isso? Então o problema não está nele, está no fato de ele não se comportar da forma como um homem "deveria"se comportar.
- Eu não disse que ele é inferior, você que tá falando isso moça.
- Mas está certo?
- Olha, não sei como dizer. Não é que ele esteja certo ou errado, porque a ciência mesmo disse que não é ele quem escolhe né?! Ele já nasce assim. Errado é ele continuar assim. Se tem gay que parece homem, porque esses outros tem que parecer mulherzinha? É feio, fica passando vergonha.
- Então não é certo que um homem se pareça com uma mulher. Então o problema não estaria na mulher?
- De jeito nenhum moça! Mulher é bom demais! haha O problema é que homem é homem e mulher é mulher. Um não tem que ficar imitando o outro.
- E qual é a diferença entre uma mulher e um homem?
- Ah, a mulher é mais fraca, assim, de não conseguir pegar peso, essas coisas, gosta dessas frescuras de maquiagem, ficar escolhendo roupa toda vida, mulher fala demais haha
- E o homem que tem essas características não é homem.
- Não ué, homem que parece mulher é mulherzinha, gay.
- Mas o senhor não disse que gosta de mulher?
- Muito.
- Então se um homem se parece com uma mulher o senhor não deveria gostar dele?
- Deus me livre! Tem um trem lá embaixo que não chega perto de mim! haha
- E os homens que fazem cirurgia e trocam definitivamente de sexo?
- Vão continuar homens, de todo jeito. E dá pra saber né moça, tem uns que não dá pra ver de longe mas se chegar perto dá pra saber.
- Então mesmo sendo fisicamente mulheres o senhor acha que elas estão erradas?
- Eles né moça. E aí é bem pior haha
-Estranho, então o problema está na imagem da mulher, não? Porque se sendo ou não fisicamente iguais a mulheres os homossexuais, e nesse caso, transexuais, estão errados, o problema está no "homem"se parecer "mulher", certo? O que quer dizer, então que há algo errado em ser mulher.
- Não tem nada de errado em ser mulher, o problema é só o homem querer ser mulher. E moça, esse assunto já tá ficando chato, não quer falar de outra coisa não?
- Só uma última observação. Se mulher é tão bom, como o senhor disse, então não tem problema o homem querer se parecer ou ser uma, não? No caso dos gays, como o senhor disse, isso não é uma escolha, mas se fosse então não teria problema. Não é ruim ser mulher, não?
- Ah, moça, já tô sem paciência, quero falar sobre isso mais não.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Água viva


Ela sabia exatamente onde, como, quando e porque.
Ela se cuidava.
Ela se alimentava.
Se prevenia.
Planejava.
Havia sempre o disfarce da aleatoriedade.
Mas ela sabia o que fazia.
E fazia muito bem feito.

Ela só possuía um medo.
Talvez seu único defeito, como julgava, uma vez que não se importava com o superficial.
O contato poderia ser fatal.
Em verdade, na grande maioria das vezes, era letal.



E isto parecia-lhe inevitável.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Transferência aversiva

-Mamãe, o que é se apaixonar?
-É quando você sente coisas por outra pessoa que não consegue explicar, meu bem, como eu e seu pai.
-Hmm, mas como é mamãe, o que se sente?
-Ah, quando alguém está apaixonado, o coração dispara, as pernas tremem, a respiração fica ofegante, é uma sensação... ah, não dá pra explicar...
-Hmm, coração dispara, pernas tremem, respiração ofegante... Tá bem.

Naquele dia, ao voltar da escola Sam sofreu um assalto. Apaixonou-se perdidamente por seu assaltante.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Procrastinação

Lembrei! Lembrei o que queria dizer pra você!
Mas agora já passou do tempo, não faz mas sentido.
Não tem mais clima.
Deixa pra lá.

Lembrei do que vi aquele dia!
Mas... já foi né...
Se eu vir de novo te mostro.
Ou deixa quieto.

Sabe aquele dia em que você estava se sentindo horrível?
Aqueele, em que disse que seu cabelo não estava prestando?
No dia em que nasceu uma espin...
Não?
É que naquele dia você, na verdade tava lind@.
Dormiu chorando?
Desculpa, da próxima vez eu não deixo passar.

Na próxima eu anoto
Da próxima vez eu digo
Não vou deixar passar
Esse foi o último que perdi
Amanhã mesmo eu faço


Amanhã mesmo eu vivo

Juro que não vou esquecer

sábado, 19 de janeiro de 2013

Às cegas

            Sinto um movimento suave no colchão. Lá fora os pássaros já competem com os sons dos automóveis que começam a produzir seus ruídos com certa continuidade. O cheiro, ainda um pouco indefinido pra mim, uma mistura doce de suor, terra e asfalto molhados da chuva de ontem, as flores da janela e sabonete. É possível perceber que o sol desponta seus –não tão primeiros- raios, aqueles que nos alertam sobre a manhã, mas que são facilmente ignorados. Meus olhos permanecem cerrados.
Continuo sentindo um movimento no colchão, um calor se aproxima. Meu corpo, imóvel, sente-se carinhosamente tocado por outro corpo. Um instante, e sua vagina encosta-se em meu umbigo, suas pernas, abraçando meus quadris e cochas, encaixe perfeito. Um contorcionismo leve e confortável que eu não desempenharia com tamanha destreza.
Seus braços malabaristas começam a explorar meu corpo. A vivacidade de suas mãos macias a me aquecer. Acaricia meu cabelo, aproxima-se dele e o cheira como quem cheira um frasco de seu perfume predileto. Puxa uma mecha a fim de deixar livre meu pescoço e o cheira. Docemente suas mãos soltam meu cabelo e começam a dançar por meu rosto.
Sente a aspereza da minha testa, cheia de espinhas que não partiram com a adolescência, e por causa delas dá uma risadinha discreta e maliciosa que ao perceber, minha alma se colore. Toca minhas orelhas, colhendo de meu semblante contente um risinho bobo. Com seus lábios, beija de levinho minhas bochechas, as quais sinto corar. Encosta com seu nariz em meus olhos, aquecendo com sua respiração tranquila, minhas pálpebras. Emoldura meu nariz com as pontas de seus dedos e aproxima sua orelha de minha boca, pedindo silenciosamente “aquela” mordidinha que nós conhecemos bem.
É claro que obedeço a seus comandos, já começando a mover- ainda de olhos fechados- meu corpo em direção ao seu. Mas não, ela me empurra, prende na cama, e sem reação, me entrego à sua vontade. Estática, sinto suas mãos deslizando sobre meu corpo, que arrepia de prazer. Ela toca meus ombros, desliza suas mãos até meus seios e os segura firmemente por um tempo e em seguida brinca, com as pontas dos dedos, executando movimentos desordenados. Descendo suas mãos, movimenta-as em direção à costela e barriga, repetidas vezes, encobrindo com seu calor cada milímetro da minha pele. Sensação deliciosa!
Ela se diverte me descobre, me conhece, sente cada detalhe do meu corpo, perfeições e imperfeições. Me mordisca, belisca, cheira, ouve, dá pequenas lambidas, aperta, bate... Como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo que ainda desconhece o funcionamento, ainda que sem vê-lo.
Quando enfim aquietou-se, tocando delicadamente meus pés, parou por um tempo, criando um clima misterioso. Provavelmente seu rosto voltado para o meu, aguardando por uma única e simples reação que sentiria rapidamente por meios que talvez eu nunca venha a conhecer. Mas eu não ousaria abrir os olhos. Deixei-me sentir.
Uma paz e harmonia tão grandes que já não se ouve mais nada além de nossas respirações, ou às vezes, o pulsar de nossos corações. Conectadas a ponto de sentir meu corpo, cada átomo desejando desesperadamente estar em contato com o seu.
Como uma serpente, começa a arrastar-se por meu corpo, subindo calmamente até encaixar-se em meu colo. Deita em meu peito, enlaça suas pernas nas minhas, seus braços nos meus e ali, nossos corpos perfeitamente compatíveis, entrelaçados, repousam.
“Eu amo você”, sussurrei.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tô bem

Calma, calma, eu tô bem.
Sim, talvez eu precise de um ou uma psicólog@ pra por meus pensamentos no lugar, mas eu tô bem.
Talvez eu só precise de uns porres a mais ou de parar de vez com eles. Sei lá. Mas eu tô bem.
Parem de se culpar. Parem de procurar. Parem de se defender.
Já me disseram que meu jeito fere, eu já mudei, agora, e como sempre, quem vai aguentar as implosões é quem as contém: eu. Não se preocupem.
Não adianta, quanto mais caçarem, mais fundo vão entrar em meu labirinto e quanto mais andarem, mais vão se perder, aproximando-se somente da entrada.
Não dá pra enxergar minha alma. Não dá pra ler meus pensamentos e muito menos, interpretá-los. E não adianta também.
No fundo é tudo especulação.
As aparências já os contentam, contentem-se, pois.
Os amo, não se preocupem.
Não vou muito longe também.
Nada que é humanamente alcançável é longe demais pra mim, e eu não tenho como meta de vida ultrapassar ou sequer me aproximar dessa barreira.
Os sorrisos permanecerão, lágrimas cairão, algumas poucas. Nada que não passe.
Não dá pra descrever o indescritível, amores. Toquem em minha pele, não vão sentir.
Ouçam com meus ouvidos, interpretem com meu cérebro. Vejam o vapor que sai dos meus pensamentos. Lembrem-se do que eu lembro.

Esqueçam-se, como me esqueço.

Ou simplesmente engulam e satisfaçam-se com "tá tudo bem".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Só saudade mesmo


Oi. Tudo bem? Feliz ano novo!
Então, espero realmente que esteja bem. Que sua voz ainda esteja tão eufórica e seus olhos tão brilhantes como da última vez que eu os apreciei. Ainda que não seja outro alguém que esteja causando isso, que seja por você.
Mas se tiver outro alguém fico muito contente. Que esteja te fazendo feliz!
Então, disse que não ia mais olhar suas fotos, até apaguei do pc. Para o ano novo fiz mil promessas de novas atitudes, de novos sentimentos e blá blá blá. Foi bom você ter me ajudado excluindo o face e sinto que você não lê mais meus tuites e tal... Mas sua mãe ainda está nas redes sociais e bem... sabe como é né, difícil não dar uma olhadinha de vez em quando... Mas juro que não faço com frequência. 
Mas é que parece que nesse caso a frequência e a intensidade são inversamente proporcionais. Acho que você entende o que eu quero dizer não é mesmo?!
Talvez você entenda melhor quando eu disser que minhas mãos, frias, se aquecem só de ver as suas e lembrar do calor, da forma e da maciez que elas têm. É que olhar para seus cabelos, nas fotos mesmo, já faz vir a tona o cheiro, a textura... ah, deixa pra lá.
Eu sei que você não gosta de ficar tocando nesse assunto. Não sei como são suas lembranças sobre ele... Me desculpe, não vou mais nos expor assim.
Mas sinto saudades.
Talvez não sentisse tanta se você me desse um pouquinho mais de atenção. Mas eu sei, não precisa explicar, você é assim. Some, raramente liga, mensagem então... Mas eu sei que você se importa, que ainda lembra.
Até porque eu sei que aquilo que você me disse após eu ajudar a mulher com o carrinho de bebê foi bem sincero. Foi difícil pra você e foi algo raro de acontecer.
Tá tudo bem, não vou te cobrar.
Só bateu saudade. A nossa união foi algo... digamos... único na minha vida. Não sei se vai acontecer de novo. De qualquer jeito vou continuar guardando comigo as memórias. No dia em que você quiser, esquecemos juntas.
Obrigada por tudo.
Amo você.