segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Convocação

Ela riu comigo, da minha piada-chiste.
Ela continuou rindo (achei que não fosse parar)
E me doeu na pele.





Será que ela ouviu?

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Dope

Fumei um Dorflex
Fiquei com a impressão de ter tomado três cigarros. 

Um depois do outro.

Fazenda fazenda fazenda

O que faz fazer escrita?
Que faz (o) quem* escrever?
Que ferro é tomado à função?
Fazência. Pensância. Fazedura.
Que?
Que faz a nálise
Que faz você na análise
E o que não
Como você chegou, por que não veio
Fazência, fazência, fazência

Me procurou por que** racismo
Não ficou por que?
Foi pra onde?
Pra onde
foi?
Onde toca seu escape?
Que isso?








(eu tava escutando Bizet na hora que escrevi)
Aquela do amor: https://www.youtube.com/watch?v=K2snTkaD64U


* esse quem está sobrescrito.
** esse por que é junto.

terça-feira, 30 de junho de 2020

e repete.

A sagacidade do criminoso no poder e a gravidade do racismo no Brasil são uma parceria incrível (mente destrutiva).

Um ministro da educação que mente sobre seu currículo, na perspectiva meritocrática, neoliberal, necropolitica, comete um crime tão grave quanto um vazamento de sigilo promovido por um jurista ou um ministro da saúde que defende o não uso de máscaras em meio à pandemia. Talvez com diferenças temporais, já que consequências têm datas.

Um homem negro, no Brasil, que é nomeado inadvertidamente* ao cargo de ministro da educação no mês em que estouram pelo mundo manifestações contra a violência racial e logo após a desistência do cargo por seu antecessor, que mente sobre a validade de seu currículo, se insere, definitivamente, na arapuca nacional.

Induzido à responsabilidade, erra. Mergulha nu e preto no oceano da antiética à Brasileira.

Ante vozes nossas é demitido. 

Errou.

Erramos (em tantas instâncias, tantas categorias).

Mais uma vez.

Como não errar?