sábado, 28 de março de 2015

O jogo dos sete erros

Coletivo blá
Saudade
Festa de família
Saudade
Sair com amigos
Saudade
Trabalhar
Saudade
Estudar pra prova
Saudade
Ver filme
Saudade
Assistir a uma apresentação artística
Saudade
Estudar
Saudade
Tédio
Saudade
Estudar
Saudade
Tédio
Saudade
Fazer trabalho
Saudade
Meditar
Saudade
Refletir
Saudade



"Vai lá, se envolve com outras coisas"

Lutando

Na primeira vez é difícil.
Mas a doçura da descoberta e as aventuras multisensoriais amortecem os tombos.
Na primeira vez é difícil.
O desconhecimento angustiante é constantemente acalmado pelo colo dos diálogos.
Na primeira vez é difícil.
Mas a mutualidade do querer dá conta dos fantasias escabrosas das ausências.

Aí se rompe.

E vem a segunda vez.


Meu Deus.

Como é difícil a segunda vez.




Como é difícil.



Não sei se foram as 15 horas...

Será que foi o restinho do vinho?

domingo, 8 de março de 2015

quarta-feira, 4 de março de 2015

Civilização

Então é isso(?) 
Ser ninguém pra ser amada?
Não.
Ser ninguém pra ser.
Para finalmente me haver com meu lugar de pertença.

Não é minha boca esporadicamente temperada com cigarro.
Não é que haja algo para se fazer pela manhã.
Não é por eu ser vegetariana.
Não é porque eu não saberia conversar sobre isso.
É que não sou eu.
Não é pra mim.
Nunca foi.

E é isso.

Não cabe a mim. 
Não é comigo.
Não é por mim.
Não depende de mim.
Não é mais, menos ou o que quer que seja por eu estar ou ser.

É preciso não ser.

Da normopatia à normalidade.

Afinal é disso que depende a civilização. 
De normalidade.

Tenho que me lembrar a cada manhã: Seja normal, querida.
Não que eu precise de fazer muito esforço

[pra lembrar]

domingo, 1 de março de 2015

Te deixo entrar?

É tudo insegurança
Um não querer estranho e coberto de quereres
Medo
Ah, o quereres

Nunca tanto medo
Nunca tanto tesão
Nunca tanto dor
Sabe essa dor que dá no corpo quando ele treme, geme, sofre a falta do outro corpo?
Porque o outro ainda faz falta.
Dói demais.
Dói demais.
Dói demais.
Escreveria eternamente aqui o quanto dói.
Porque dói demais.

Mas chega você.
Tropeço em seu olhar e me embebedo com seu cheiro.
Esse cheiro duro de cigarro, perfume e vida.
Não sei o que fazer.
A pequena me diz: vai lá!
Vou, pequena. Vou.
Fui e agora aqui estou.
Não te quero mas insisto pra que fique.
Acho que te quero, na verdade.
Te gosto.

Me hipnotizas com essas unhas negras e iris cor de mel (de aroeira)
Teu jeito químico de fugir da dor
Me embaraço na (firme e calorosa) teia de seus braços, na doçura de seus beijos
Arrancas com toda sua grosseria de princesa cheia de frescura, sorrisos desses dentes que já nem fazem mais questão de ser tão brancos
Essa timidez... coisa mais linda, menina!
Arisca, tu.
Arrisco

Mas é na ausência que vem o desespero.
Nunca antes a falta quis se mostrar a mim tão cruel
É na ausência que vem o desespero
É quando o corpo dói
É quando o corpo treme
É quando o corpo esfria
É quando o corpo se debate
É quando o corpo já não quer mais ser...
...corpo...

E é na insegurança que mora o vazio da ausência
E nada tem me acompanhado tão insistentemente quanto a insegurança.
Não posso te arrastar para uma vida de comparações, mujer.
Não posso também deixar-me levar por essa areia movediça.


(Uma pausa para que eu dialogue com o sorriso do caminho)

Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua

(perdão.)

Que fazer com esse corpo? Que fazer com as lembranças?

Não mereces isso, não queria fazer isso contigo. Aliás, disse que não faria.
Mas posso entrar?
Desenha-me um carneiro? Ele pode estar com um nariz vermelho.
Pode também flutuar por sobre cabeças curiosas e encantadas.
Pronto ya podemos hablar
Trato de hacer sonreír si te gusta
Trato de cocinar y le compro un vermute también

Eu sei que você merece coisa melhor que um alguém acampado numa encruzilhada tentando enxergar o caminho. Qualquer caminho.
Eu já fui melhor que isso, felina. Não sei se com o que tenho posso fazer vida.
Nada penetra.
Mas se você ainda não desistiu...
Te deixo entrar?