terça-feira, 30 de junho de 2020

e repete.

A sagacidade do criminoso no poder e a gravidade do racismo no Brasil são uma parceria incrível (mente destrutiva).

Um ministro da educação que mente sobre seu currículo, na perspectiva meritocrática, neoliberal, necropolitica, comete um crime tão grave quanto um vazamento de sigilo promovido por um jurista ou um ministro da saúde que defende o não uso de máscaras em meio à pandemia. Talvez com diferenças temporais, já que consequências têm datas.

Um homem negro, no Brasil, que é nomeado inadvertidamente* ao cargo de ministro da educação no mês em que estouram pelo mundo manifestações contra a violência racial e logo após a desistência do cargo por seu antecessor, que mente sobre a validade de seu currículo, se insere, definitivamente, na arapuca nacional.

Induzido à responsabilidade, erra. Mergulha nu e preto no oceano da antiética à Brasileira.

Ante vozes nossas é demitido. 

Errou.

Erramos (em tantas instâncias, tantas categorias).

Mais uma vez.

Como não errar?