quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O programa

Descobrira um programa que através de hipnose desativara a capacidade de controlar impulsos
Resolveu experimentar
Após a aplicação, saíra para o teste
Salvara três gatos de atropelamento
Chutara duas motocicletas, causando terríveis acidentes
Gritara de alegria
Salvara sete cachorros
Agredira quatro homens e uma mulher
E finalmente
Salvara a seus desejos
Segurando firmemente
Um fio de alta tensão

Lego

Não trocar o certo pelo duvidoso
O prazer pelo gozo
A ação pela tentativa
A foda pela conchinha
A velocidade pela ausência

Nossa semelhança confirma a repetição
E auxilia na ascendente transição

Ela pesa na sua decisão

Siga em frente, querida, não olhe pra trás
Logo eu desapareço
Do seu corpo ela já fez morada
Já não é meu ninho
Não nos devemos nada

Nosso calor nosso encaixe perfeito
O sono tranquilo, coração,odor, peito
Que sejam lembranças doces e facilmente ignoradas

Não pise mais nessa areia movediça
E não peça desculpas
pelo beijo
de despedida 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

5º andar

1 página de cada vez
página 6(?)
saia da sua zona de conforto e faça alguma coisa que você nunca fez antes
matou-se

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

.

Incompreensão
Atravessamentos
Interrupções
WhatsApp
O novo meme
A música boa
O tropeço cômico
Desinteresse

Falar é tão


Cansati

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Escravidência

Pontuo, virgulas
Afasto, aproximas
Nego, impões

Consigo, sobrepujas
Adentro, ocupas
Mata-me de uma vez
Ou deixas-me viver






fantasias

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sobre ter que ficar

A morte, quando separa o brilho dos olhos e os olhos dos olhares brilhantes, essa dói. É tatuagem e como tatuagem, marca o corpo pra sempre. Mas um dia o corpo se acostuma. Torna-se corpo. Pode ser coberta com outra tatuagem, pode ser removida em procedimento cirúrgico, pode perder a tinta, virar apenas um borrão, mas estará lá. O corpo marcado e preso à aquela marca. Acostuma-se. Vive-se.

A morte entretanto, quando separa corpos dançantes, quando desvia olhares e redireciona sorrisos, essa dói. É escarificação diária. Marca o corpo sem dar tempo de cicatrizar. O corpo rejeita, desequilibra, desorienta. Ela persiste. Existe-se. Resiste-se. Resiste-se?