Ela sorri
mas logo vem Marx, ela se deita mas logo vem a dor no coração, ela fecha os
olhos e sonha com clamores militantes, ela passeia pelo parque e é seguida por
crianças que pedem por seu auxílio, ela passa mal mas sequer sente.Ela quer
bater papo mas batida é só de frente. Ela quer organizar uma festa mas o título
tem que jorrar sangue.Ela viaja, mas a cabeça fica em casa. Ela bebe mas sequer
fica tonta. Ela estanca o sangramento do coração e provoca em outro hemorragia.
Ela fuma e só consegue sentir a dor do peso na consciência. Ela beija mas não
consegue sentir a alma. Ela acaricia mas não provoca arrepios. Ela quer ser mas
tem que o tempo todo estar. E quando quer estar, é muito mais que sua obrigação
apenas ser.Ela quer dançar mas se envergonha da leveza do próprio corpo.Ela
quer abraçar mas não consegue mais do que atirar espinhos.Ela quer falar mas
vocifera. Ela as vezes não quer saber. Ela só queria sorrir de novo sem que isso
pese uma tonelada.
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