quarta-feira, 11 de junho de 2014

ooplasc



Ela sorri mas logo vem Marx, ela se deita mas logo vem a dor no coração, ela fecha os olhos e sonha com clamores militantes, ela passeia pelo parque e é seguida por crianças que pedem por seu auxílio, ela passa mal mas sequer sente.Ela quer bater papo mas batida é só de frente. Ela quer organizar uma festa mas o título tem que jorrar sangue.Ela viaja, mas a cabeça fica em casa. Ela bebe mas sequer fica tonta. Ela estanca o sangramento do coração e provoca em outro hemorragia. Ela fuma e só consegue sentir a dor do peso na consciência. Ela beija mas não consegue sentir a alma. Ela acaricia mas não provoca arrepios. Ela quer ser mas tem que o tempo todo estar. E quando quer estar, é muito mais que sua obrigação apenas ser.Ela quer dançar mas se envergonha da leveza do próprio corpo.Ela quer abraçar mas não consegue mais do que atirar espinhos.Ela quer falar mas vocifera. Ela as vezes não quer saber. Ela só queria sorrir de novo sem que isso pese uma tonelada.

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