Agora eu entendi. Não esperava alcançar este ponto por esta
via, mas o que, afinal, se deve esperar? Por que esperar por algo?
Não é uma ode à
meritocracia. Nem tanto. Mas a questão é exatamente essa: não é possível
chegar
lá.
Talvez venha da dor. Mas não sei
se é suficiente. Pode vir do amor também, brotando do limiar entre a construção
e o rasgar de corpos. Não sei a origem, mas está lá. Implora o tempo todo para
que seja alcançada, acolhida, mas não encontra repouso. Vê semelhanças. Vê
identificação. Encontra. Faz morada na fluidez, mas não há nada mais certo do
que a certeza de que não pousa no desigual.
Doloroso não ser. Doloroso não
estar lá e assistir. Doloroso expectar o próprio fracasso. Dilacerante estar no
lugar de impotência, desejo e reconhecimento.
Não há como não se encantar e é
desgostoso não agradecer. Às marcas no corpo, o deslumbre em si, as tentativas,
as mãos, braços, corpos estendidos.
-Toma teu cálice, transborda ignorância.
- Um brinde à mediocridade!
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