sábado, 3 de outubro de 2015

172, despedida ou o terceiro



Agora eu entendi. Não esperava alcançar este ponto por esta via, mas o que, afinal, se deve esperar? Por que esperar por algo?
Não é uma ode à meritocracia. Nem tanto. Mas a questão é exatamente essa: não é possível
 chegar lá.

Talvez venha da dor. Mas não sei se é suficiente. Pode vir do amor também, brotando do limiar entre a construção e o rasgar de corpos. Não sei a origem, mas está lá. Implora o tempo todo para que seja alcançada, acolhida, mas não encontra repouso. Vê semelhanças. Vê identificação. Encontra. Faz morada na fluidez, mas não há nada mais certo do que a certeza de que não pousa no desigual.
Doloroso não ser. Doloroso não estar lá e assistir. Doloroso expectar o próprio fracasso. Dilacerante estar no lugar de impotência, desejo e reconhecimento.
Não há como não se encantar e é desgostoso não agradecer. Às marcas no corpo, o deslumbre em si, as tentativas, as mãos, braços, corpos estendidos.

-Toma teu cálice, transborda ignorância.
- Um brinde à mediocridade!

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