De forma similar a como eu acho o ENEM uma prova extremamente importante, assim vi o CNU.
Uma prova que fez milhões de brasileires estudar políticas públicas, direitos humanos, movimentos sociais... perspectivas mais críticas e menos supostamente neutras e técnicas.
Claro, como esperado, foi bastante menosprezado pela marombada concurseira (exclusivamente) por dinheiro e status, inclusive escolas preparatórias (que em grande maioria são coniventes e reprodutoras de hegemonia. Que bom! Reduziu a concorrência, embora ainda imensa.
Daqui, me encheu de esperança e renovou minha vontade de estudar (também) para alcançar um cargo público. Vi Lélia Gonzalez sendo citada, soube de Torto Arado como referência literária, respondi questões sobre marco temporal, direitos de mulheres* grávidas e lactantes, pessoas em situação de cárcere privado, entre MUITAS outras questões "identitárias" e não que dificilmente são explicitadas nesses processos seletivos (ao menos não nos que eu já participei e estudei).
A elaboração não foi perfeita, não vi beleza como no ENEM, vi perguntas estranhamente escritas, pessoas de outros gêneros sendo excluídas das políticas de lactação, desperdício de contexto em perguntas que talvez tenham sido o alívio de algumas pessoas... Mas me encheu de esperança.
E vi muita gente massa fazendo. Gente compromissada, batalhadora, politizada. Gente que sabe da importância desse processo seletivo, mas mais ainda, a importância do bem viver, do coletivo, dos nossos direitos, tão negligenciados. Eu não sei se vai rolar pra mim. Fiz desesperançosa, com pouquíssimo estudo, quase desistindo -desse processo-. Mas ficaria feliz se visse essa gente ocupando os cargos escolhidos. Muito feliz! Mas acho importante e ficaria MUITO feliz também se ocuparmos outros cargos. Quero que distribuição de poder não seja só um sonho.
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